A categoria mais universal do Estado brasileiro sempre foi a dos estudantes. Nos momentos mais repressivos na política brasileira, quando trabalhadores e os partidos democráticos foram banidos da sociedade brasileira, foram os estudantes que assumiram a bandeira de frente em defesa da democracia brasileira. Quem não conhece a heróica resistência estudantil ao golpe de 1964, quando os partidos e os sindicatos foram banidos da vida política brasileira? Os estudantes são os únicos personagens que não fazem debates corporativos ou particularistas em momentos políticos decisivos da vida política brasileira ou da existência de nossa academia.
Pois bem, ví horrorizado a professora Tancredi entrar em sala para conversar com os estudantes e centrou sua intervenção em R.U, ônibus circular e residência estudantil. Ora, qualquer projeto sério para a universidade deve, necessáriamente, ter na assistência estudantil, um dos pilares de de seu programa de trabalho. Se esta constatação é consenso, já não é consenso que só se deve discutir este tema com os estudantes.
Não, os estudantes sempre discutiram, nos processos eleitorais, os projetos globais para a universidade. A discussão acerca das grandes linhas estratégicas para uma universidade integrada à realidade amazônica, uma gestão participativa e transparente e a grande agenda a ser construida para a UFPA entre 2009-2013, deve polarizar os debates nas salas de aulas.
Eu considero um desrespeito à inteligência estudantil, reduzir o debate sucessório na UFPA à questão de assistência estudantil. É como se Tancredi fosse candidata à prefeitura do campus. É achar que os estudantes discutem a universidade a apartir do estômago.
Viva os estudantes. Viva a rebeldia que tem enfrentado repressores, ditadores e mudado o mundo. Viva o respeito à inteligência estudantil.