Blog do Edir Veiga. Este Blog é um espaço de informação sintética sobre fatos políticos Nacional e estadual e sobre a vida da comunidade da UFPA. Quem quiser acompanhar ensaios, artigos, debates políticos e acadêmicos deve acessar: http//bilhetimdeanalises.blogspot.com
RE-FLA: Vinicinho abalado
Com a vergonha que o Leão passou na última quarta (08) o Vinicinho está sem durmir há 72 horas.
CACS-UFPA: chapão mantém Centro Acadêmico
Nas eleições para o Centro Acadêmico de Ciências Sociais da UFPA, o chapão (PT-PC do B) derrotou a chapa do PSOL-PSTU. E assim vai se montando o mosaico político nos CA's da UFPA. Parece que o chapão deve ameaçar a hegemonia do PSOL-PSTU no DCE.
CADEL : DS derrotada
A chapa inspirada na DS ( Democracia Socialista) tendência interna do PT foi derrotada nas eleições para o Centro Acadêmico de Direito Édson Luis, da UFPA, pela chapa ( PC do B, PDT e PT). A chapa do PSOL obteve o terceiro lugar.
SEDUC: fraude nas reformas das escolas
No contexto da educação a terceirização está vitimando o governo Ana Júlia, senão vejamos:
1- As empresas executam obras e serviços com materiais distintos das plantas previamente aprovadas na SEDUC: exemplo, pisos de banheiros previstos e pagos pela SEDUC para serem de porcelanato são executados com azulejo tipo C. A direção da escola não tem acesso a planta das reformas e como tal, não pode fiscalizar.
2- Longarinas de sustentação das telhas são substituidas por flexais, o que leva ao vergamento precoce de telhados.
3- As tabelas das cestas de basquetebol são feitas com compensados. Imaginem a consequência deste tipo de serviço.
4- Lajotas diferentes em um mesmo piso do banheiro e com tonalidades diferentes.Forro de PVC, no momento da entrega, já está em estado de decomposição.
5- Os serviços de acabamentos, previstos na planta, para serem de primeira qualidade são executados da pior maneira possível.
6- Em 90% das escolas as empresas se recusam a fornecer à direção das escolas a descrição(memorial) da obra. Com esta atitude a escola não pode exercer a fiscalização.
7- O fato mais grave: o fiscal da SEDUC (do meio físico) dá o OK para todas estas obras.
8- Água empossada nos banheiros. Ou seja, não foram dados a inclinação necessária para o escoamento da água.
Querem um exemplo: procurem a direção e o conselho escolar da ESCOLA LUIZ NUNES DIREITO , no conjunto Cidade Nova 4. Esta realidade se repete em toda a região metropolitana de Belém.
A GOVERNADORA E O NÚCLEO DE GOVERNO DEVEM CONSTITUIR UM GRUPO DE TRABALHO, SÉRIO, QUE DEVE AUDITAR IMEDIATAMENTE AS OBRAS EXECUTADAS NAS ESCOLAS , DE ACORDO COM AS PLANTAS PREVIAMENTE APROVADAS. É O GOVERNO QUE DEVE DETONAR ESTAS ABERRAÇÕES, DENUNCIA-LAS E CORRIGI-LAS, IMEDIATAMENTE.
1- As empresas executam obras e serviços com materiais distintos das plantas previamente aprovadas na SEDUC: exemplo, pisos de banheiros previstos e pagos pela SEDUC para serem de porcelanato são executados com azulejo tipo C. A direção da escola não tem acesso a planta das reformas e como tal, não pode fiscalizar.
2- Longarinas de sustentação das telhas são substituidas por flexais, o que leva ao vergamento precoce de telhados.
3- As tabelas das cestas de basquetebol são feitas com compensados. Imaginem a consequência deste tipo de serviço.
4- Lajotas diferentes em um mesmo piso do banheiro e com tonalidades diferentes.Forro de PVC, no momento da entrega, já está em estado de decomposição.
5- Os serviços de acabamentos, previstos na planta, para serem de primeira qualidade são executados da pior maneira possível.
6- Em 90% das escolas as empresas se recusam a fornecer à direção das escolas a descrição(memorial) da obra. Com esta atitude a escola não pode exercer a fiscalização.
7- O fato mais grave: o fiscal da SEDUC (do meio físico) dá o OK para todas estas obras.
8- Água empossada nos banheiros. Ou seja, não foram dados a inclinação necessária para o escoamento da água.
Querem um exemplo: procurem a direção e o conselho escolar da ESCOLA LUIZ NUNES DIREITO , no conjunto Cidade Nova 4. Esta realidade se repete em toda a região metropolitana de Belém.
A GOVERNADORA E O NÚCLEO DE GOVERNO DEVEM CONSTITUIR UM GRUPO DE TRABALHO, SÉRIO, QUE DEVE AUDITAR IMEDIATAMENTE AS OBRAS EXECUTADAS NAS ESCOLAS , DE ACORDO COM AS PLANTAS PREVIAMENTE APROVADAS. É O GOVERNO QUE DEVE DETONAR ESTAS ABERRAÇÕES, DENUNCIA-LAS E CORRIGI-LAS, IMEDIATAMENTE.
COSANPA: queimando a terceirização
ontem presenciei algo que eu não julgava que pudesse acontecer:
1- Acompanhei minha esposa à uma aventura que envolvia o abastecimento de água.
2- Fui tentar resolver, na COSANPA, o problema de falta de água numa casa de uma cunhada na cremação.
3- Fomos primeiramente informados que a COSANPA só poderia resolver o problema dentro de duas a três semanas.
4- Perguntamos o porque disso. Resposta: 1- a empresa terceirizada tem sete dias para ir ao local e fazer o orçamento, 2- Em seguida a COSANPA tem mais 07 dias para enviar um fiscal especializado para ver se o orçamento reflete a necessidade do trabalho, 3- Executado esta fase a COSANPA autoriza ou não o orçamento, 4- Após a autorização do orçamento a empresa está autorizada a executar o trabalho, obedecendo a um calendário a ser executado de acordo com as demandas da cidade.
Aí perguntamos. Como fica a família durante 3 semanas sem água? Aí, não nos contivemos e perguntamos ao funcionário da COSANPA: Podemos contratar um serviço privado para resolver emergencialmente o problema? Resposta, não. E em seguida a informação: quando a terceirizada chegar (dentro de 3 semanas) para executar o trabalho demandado e encontrar o serviço feito, esta informa prontamente à COSANPA, que manda imediatamente uma equipe desfazer tudo o que foi feito. Então todo o processo recomeça.
NB: Dentro do capitalismo não é possível à uma família resolver PRIVADAMENTE um problema simples por causa da burocracia do estado.
Uma informação que obtivemos é que as empresas terceirizadas tem olheiros que as informam caso alguém faça serviços por conta própria. Não , não é por causa de proteção aos interesses públicos. É por causa dos interesses deste tipo de empresa terceirizada. Cada conserto que alguém faz em sua tubulação é um trabalho a menos que a empresa vai executar.
Como diria o juninho play: E ai como nós ficamos? A quem recorrer?
TENHO ABSOLUTA CERTEZA QUE NESTES TIPOS DE PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS A COSANPA E SEUS SERVIÇOS DIRETOS SERIAM MAIS EFICAZES DO QUE OS TRABALHOS TERCEIRIZADOS. PORQUE ELIMINARIA UMA SÉRIE DE ATITUDES DE CONTROLE SOBRE TERCEIROS.
Este modelo de gestão privilegia o meio(burocracia) e secundariza os fins (os usuários) e isto é péssimo no contexto de eleições competitivas.
1- Acompanhei minha esposa à uma aventura que envolvia o abastecimento de água.
2- Fui tentar resolver, na COSANPA, o problema de falta de água numa casa de uma cunhada na cremação.
3- Fomos primeiramente informados que a COSANPA só poderia resolver o problema dentro de duas a três semanas.
4- Perguntamos o porque disso. Resposta: 1- a empresa terceirizada tem sete dias para ir ao local e fazer o orçamento, 2- Em seguida a COSANPA tem mais 07 dias para enviar um fiscal especializado para ver se o orçamento reflete a necessidade do trabalho, 3- Executado esta fase a COSANPA autoriza ou não o orçamento, 4- Após a autorização do orçamento a empresa está autorizada a executar o trabalho, obedecendo a um calendário a ser executado de acordo com as demandas da cidade.
Aí perguntamos. Como fica a família durante 3 semanas sem água? Aí, não nos contivemos e perguntamos ao funcionário da COSANPA: Podemos contratar um serviço privado para resolver emergencialmente o problema? Resposta, não. E em seguida a informação: quando a terceirizada chegar (dentro de 3 semanas) para executar o trabalho demandado e encontrar o serviço feito, esta informa prontamente à COSANPA, que manda imediatamente uma equipe desfazer tudo o que foi feito. Então todo o processo recomeça.
NB: Dentro do capitalismo não é possível à uma família resolver PRIVADAMENTE um problema simples por causa da burocracia do estado.
Uma informação que obtivemos é que as empresas terceirizadas tem olheiros que as informam caso alguém faça serviços por conta própria. Não , não é por causa de proteção aos interesses públicos. É por causa dos interesses deste tipo de empresa terceirizada. Cada conserto que alguém faz em sua tubulação é um trabalho a menos que a empresa vai executar.
Como diria o juninho play: E ai como nós ficamos? A quem recorrer?
TENHO ABSOLUTA CERTEZA QUE NESTES TIPOS DE PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS A COSANPA E SEUS SERVIÇOS DIRETOS SERIAM MAIS EFICAZES DO QUE OS TRABALHOS TERCEIRIZADOS. PORQUE ELIMINARIA UMA SÉRIE DE ATITUDES DE CONTROLE SOBRE TERCEIROS.
Este modelo de gestão privilegia o meio(burocracia) e secundariza os fins (os usuários) e isto é péssimo no contexto de eleições competitivas.
Para além das aparências: Dudu, o calvário e o senado
No momento em que o prefeito Dudu anunciar sua desistência de concorrer ao senado em 2010, acabam os escândalos patrocinados pela mídia partidária. Assim é a política no Pará. Este fato me lembra o calvário passado pelo ex-prefeito de ananindeua Clóvis Begot em 2004. No momento em que aquele alcaide desistiu de uma possível candidatura ao governo municipal, acabaram-se as denúncias de nepotismo.
Triste cidadania que vive a ilusão de estar de frente com uma imprensa cidadã.
Triste cidadania que vive a ilusão de estar de frente com uma imprensa cidadã.
Apolinário Alves : o esquecido
Apolinário Alves Filho, ex dirigente estudantil e sindical da UFPA, contador por formação e militante do movimento negro, foi o único coordenador de casas internacionais a não ser aquinhoado com a função de CD. Apolinário é coordenado da Casa Brasil África. Apolinário é o maior exemplo de como uma amizade não sobrevive à divergências políticas. Esta amizade, seguramente, era bem fraca, mas já durava mais de 30 anos.
Quem é Jefferson Galvão?
A pedido de internautas, passo a unformar um pouco sobre o Jef Galvão. Jefferson é publicitário formado pela UFPA, concluinte do mestrado em administração pública pela FGV. Foi ativo militante do movimento estudantil na década de 1990, foi dirigente sindical do SINTUFPA até o ano de 2002. Foi diretor administrativo do HUJBB na gestão Murilo Morhy e atualmente é Diretor da Gráfica Universitária. Jefferson vem fazendo um trabalho de reestruturação da gráfica com grande sucesso.
Jatene não voltou às salas de aulas
Ontem de fato o ex-governador Jatene este em sala na UFPA. Este docente estava proferindo uma palestra no campus profissional. Na verdade Jatene atualmente é assessor político do governador de São Paulo. Jatene neste momento está preparando sua candidatura ao governo do estado em 2010.
08-04-2009: Bilhetim chega aos cem mil acessos
Em dez meses de atividades o Bilhetim chegou hoje aos 100.000 acessos. Este blog tem servido de instrumentos para informações preciosas sobre os bastidores da política universitária. Não há dúvida de que este é o blog com maior acesso percapta dentro de uma instituição. Este é o blog político da UFPA. Ahh, este blog tem lado... é democrático, denuncia as posturas incoerentes na política. é de esquerda.
Uma pena que eu não tenho tempo e nem dinheiro para profissionaliza-lo. Por isso sempre as sextas nunca posso postar. Trabalho de sol a sol.
Uma pena que eu não tenho tempo e nem dinheiro para profissionaliza-lo. Por isso sempre as sextas nunca posso postar. Trabalho de sol a sol.
Equipe de transição indicada por Maneschy
Atendendo pedido de internauta informo a equipe de transição de Maneschy: Os pró-reitores, Jefferson Galvão e as professoras Regina Alves e Tutuca.
Eleições no CADEL: DS versus chapão
O PSOL torce para que no Centro Acadêmico de Direito Edson Luis da UFPA seja ganho pelo chapão de oposição que envolve PC doB PDT e PT. O PSOL está de olho no DCE e quebrar as pernas da DS em Direito é um bom negócio.
Jatene: retorno à sala de aula
Neste exato momento o ex governador Jatene está suando a camisa na sala de aula da UFPA. Jatene reassumiu suas turmas de economia política. Na verdade Jatene une o útil ao agradável, ou seja, trabalhando e ampliando bases políticas entre estudantes e professores.
Economia Solidária quer eleger deputado
Os grupos que trabalham com economia solidária querem eleger um deputado estadual. João Cláudio Arroyo é o nome escalado. Arroyo além de trabalhar há oito anos com este setor, acabou de defender dissertação de mestrado tendo por objeto este segmento econômico.
08 de abril: Remo x Flamengo
Na quarta (08) 0 Remo passará para algum lugar. Ou passará pelo Flamengo ou passará vergonha. O Vinicinho poderá renovar seu ciclo depressivo.
Novo reitor: iniciou a transição
A transição administrativa iniciou na UFPA. O reitor eleito Carlos Maneschy, a convite do reitor Alex, já indicou os nomes das pessoas que farão parte da equipe de transição na UFPA. Finalmente a democracia na UFPA começa a entrar nos trilhos.
UFPA aguarda nomeação de Maneschy
Nas próximas 4 semanas deve sair a nomeação do reitor eleito da UFPA Carlos Maneschy.
PT costura unidade interna
Em recente encontro estadual as principais correntes petistas do estado costuraram uma ampla aliança interna buscando garantir a estabilidade partidária para enfrentar as negociações que precedem as eleições estaduais de 2010. Paulo Rocha, Zé Geraldo, Ganzer e Beto estão à frente deste processo.
O jantar de Jatene e a avaliação do gov. Ana
Segundo fontes bem informados, no recente jantar em homenagem a Simão Jantar na churrascaria rodeio, este condicionou sua candidatura ao governo, em 2010, à integral e uníssona união do PSDB em torno de seu nome. Jatene não admite prévias com Mário Couto.
Neste jantar Jatene teria comparado seu governo com o atual, presenteando-se com um amplo ativo em relação ao governo Ana Júlia.
Neste jantar Jatene teria comparado seu governo com o atual, presenteando-se com um amplo ativo em relação ao governo Ana Júlia.
De como evitando o golpe se pode refundar a UFPA
Flávio Sidrim Nassar
Se quisermos, o dia 30 de março de 2009 poderá vir a ser o dia da refundação da Universidade Federal do Pará.
O início da UFPA 2.0. Da UFPA Ubuntu, palavra de origem sul africana que significa "uma pessoa é uma pessoa através de outras pessoas", ou numa outra tradução "a crença no compartilhamento que conecta toda a humanidade". É por isso que um dos distribuidores de software livre baseados no Linux escolheu o nome Ubuntu para denominar o seu sistema operacional. A Comunidade Ubuntu ajuda-se mutuamente, não havendo distinção de novatos ou veteranos; a informação deve ser compartilhada para que se possa ajudar quem quer que seja, independentemente do nível de dificuldade.
Mas o que de tão importante aconteceu neste dia 30 de março?
Neste dia o CONSUN detonou definitivamente o golpe que se armava contra a autonomia da universidade.
Em ação previamente orquestrada conselheiros diretamente ligados ao Reitor apresentaram ao Conselho a proposta de mudar, depois do pleito, as regras previamente acordadas e aprovadas por unanimidade.
Apostavam em uma reunião tumultuada. O tumulto não veio e as manifestações contrárias à posição da administração foram demonstrando que os golpistas estavam perdidos. A pá de cal veio quando os sindicatos dos professores e dos servidores, juntamente com a representação estudantil, repudiaram o golpe.
Esperavam os golpistas um posicionamento sectário dos estudantes e sindicalistas, esperavam que apostassem no "quanto pior melhor" e que se retirassem da sala de votação quando tivessem que cumprir o ritual da votação uninominal. Contavam como certo que os "radicais" do PSOL e PSTU não manchariam suas bocas pronunciando o nome "Maneschy".
Quando chegou a hora da verdade o interesse universitário prevaleceu contra a minoria golpista. Foram 53 votos contra o golpe e 32 a favor.
As manifestações das entidades representativas da comunidade universitária demonstraram o compromisso destas com a democracia. As entidades haviam apresentado propostas diferentes de regimento eleitoral do que foi aprovado, e mesmo tendo sido elas derrotadas, se submeteram às regras acordadas e agora exigiam que elas fossem respeitadas.
Diferente do que presenciei várias vezes na história recente da UFPA, quando sindicalistas de resultados e estudantes oportunistas deixaram de lado as tradições libertárias de seus movimentos em troca de facilidades, o que vi no CONSUN foi uma demonstração de coerência.
O debate de como deve ser o processo de escolha dos dirigentes das IFES ainda não terminou. A legislação atual dá prevalência ao voto do professor em 70% o que é considerado exagerado por muitos.
A atual eleição veio demonstrar o quanto o modelo brasileiro de escolha dos dirigentes das IFES, com consulta direta à comunidade, tem que ser respeitado e aprimorado.
Nos últimos anos mudou profundamente o perfil do quadro docente. O professor comprometido com as causas sociais e coletivas, que aliava atividade intelectual com uma práxis política, foi sendo substituído pelo atual do padrão MEC-Capes-CNPQ que, a despeito da grande especialização e títulos, é muitas vezes analfabeto político, como definiu Brecht. Correndo atrás dos índices de produtividade exigidos pelo modelo atual "publish or perish" (publicar ou perecer) perde-se o compromisso crítico e exacerbam-se os egos e o individualismo. Neste universo a preservação do status quo é sempre uma tendência.
Nesta eleição ficou claro que a se a escolha do próximo dirigente da UFPA tivesse sido feita dentro do que a legislação atual prevê, prevaleceria a força da caneta e o resultado seria a manutenção da equipe atual.
A eleição direta, o debate, a participação, o controle social pela mídia, colocaram a roda a girar e este movimento possibilitou a manutenção da saúde civil da instituição contra a acomodação e a transferência burocrática do poder dentro do mesmo grupo.
É por isso que o 30 de março foi, em certo sentido, heróico.
Para ser coerente na presente análise é importante que se diga que alguns fatores anteriores ao processo eleitoral contribuíram para esta convergência de resultados: a postura belicosa do atual reitor em relação às entidades representativas da comunidade universitária; o fato de Maneschy não ser vinculado aos principais partidos políticos com interesse na Universidade; a maneira como foi encaminhada a política de redimensionamento do pessoal técnico.
Mas a realidade é resultado de "múltiplas determinações" e dependendo da forma como agimos os resultados podem variar.
Felizmente, aí a fortuna, o resultado favoreceu a "boa causa" da UFPA.
É por isso que se soubermos aproveitar este momento histórico, se assim o quisermos podemos refundar a UFPA.
Para isso seria necessário:
- Firmar um compromisso pela universidade pública, gratuita e de qualidade.
- Garantir que não haja ingerência da nova administração nos processos eleitorais internos de cada unidade acadêmica.
- Garantir que não haja ingerência da nova administração nos processos eleitorais internos das entidades representativas da comunidade universitária.
- Buscar um posicionamento suprapartidário focado nos interesses da universidade.
- Respeito à diversidade de idéias e posicionamentos políticos.
- Pacto contra a mediocridade: que os professores ensinem e pesquisem; que os estudantes estudem e aprendam e que os servidores cumpram com seus deveres no serviço público.
- Focar no papel histórico e no interesse social da instituição para além dos corporativismos.
- Que se coloque em ação um programa de mobilização cultural e de cidadania como forma de vencer a maré baixa da alienação e da superficialidade.
Se quisermos, o dia 30 de março de 2009 poderá vir a ser o dia da refundação da Universidade Federal do Pará.
O início da UFPA 2.0. Da UFPA Ubuntu, palavra de origem sul africana que significa "uma pessoa é uma pessoa através de outras pessoas", ou numa outra tradução "a crença no compartilhamento que conecta toda a humanidade". É por isso que um dos distribuidores de software livre baseados no Linux escolheu o nome Ubuntu para denominar o seu sistema operacional. A Comunidade Ubuntu ajuda-se mutuamente, não havendo distinção de novatos ou veteranos; a informação deve ser compartilhada para que se possa ajudar quem quer que seja, independentemente do nível de dificuldade.
Mas o que de tão importante aconteceu neste dia 30 de março?
Neste dia o CONSUN detonou definitivamente o golpe que se armava contra a autonomia da universidade.
Em ação previamente orquestrada conselheiros diretamente ligados ao Reitor apresentaram ao Conselho a proposta de mudar, depois do pleito, as regras previamente acordadas e aprovadas por unanimidade.
Apostavam em uma reunião tumultuada. O tumulto não veio e as manifestações contrárias à posição da administração foram demonstrando que os golpistas estavam perdidos. A pá de cal veio quando os sindicatos dos professores e dos servidores, juntamente com a representação estudantil, repudiaram o golpe.
Esperavam os golpistas um posicionamento sectário dos estudantes e sindicalistas, esperavam que apostassem no "quanto pior melhor" e que se retirassem da sala de votação quando tivessem que cumprir o ritual da votação uninominal. Contavam como certo que os "radicais" do PSOL e PSTU não manchariam suas bocas pronunciando o nome "Maneschy".
Quando chegou a hora da verdade o interesse universitário prevaleceu contra a minoria golpista. Foram 53 votos contra o golpe e 32 a favor.
As manifestações das entidades representativas da comunidade universitária demonstraram o compromisso destas com a democracia. As entidades haviam apresentado propostas diferentes de regimento eleitoral do que foi aprovado, e mesmo tendo sido elas derrotadas, se submeteram às regras acordadas e agora exigiam que elas fossem respeitadas.
Diferente do que presenciei várias vezes na história recente da UFPA, quando sindicalistas de resultados e estudantes oportunistas deixaram de lado as tradições libertárias de seus movimentos em troca de facilidades, o que vi no CONSUN foi uma demonstração de coerência.
O debate de como deve ser o processo de escolha dos dirigentes das IFES ainda não terminou. A legislação atual dá prevalência ao voto do professor em 70% o que é considerado exagerado por muitos.
A atual eleição veio demonstrar o quanto o modelo brasileiro de escolha dos dirigentes das IFES, com consulta direta à comunidade, tem que ser respeitado e aprimorado.
Nos últimos anos mudou profundamente o perfil do quadro docente. O professor comprometido com as causas sociais e coletivas, que aliava atividade intelectual com uma práxis política, foi sendo substituído pelo atual do padrão MEC-Capes-CNPQ que, a despeito da grande especialização e títulos, é muitas vezes analfabeto político, como definiu Brecht. Correndo atrás dos índices de produtividade exigidos pelo modelo atual "publish or perish" (publicar ou perecer) perde-se o compromisso crítico e exacerbam-se os egos e o individualismo. Neste universo a preservação do status quo é sempre uma tendência.
Nesta eleição ficou claro que a se a escolha do próximo dirigente da UFPA tivesse sido feita dentro do que a legislação atual prevê, prevaleceria a força da caneta e o resultado seria a manutenção da equipe atual.
A eleição direta, o debate, a participação, o controle social pela mídia, colocaram a roda a girar e este movimento possibilitou a manutenção da saúde civil da instituição contra a acomodação e a transferência burocrática do poder dentro do mesmo grupo.
É por isso que o 30 de março foi, em certo sentido, heróico.
Para ser coerente na presente análise é importante que se diga que alguns fatores anteriores ao processo eleitoral contribuíram para esta convergência de resultados: a postura belicosa do atual reitor em relação às entidades representativas da comunidade universitária; o fato de Maneschy não ser vinculado aos principais partidos políticos com interesse na Universidade; a maneira como foi encaminhada a política de redimensionamento do pessoal técnico.
Mas a realidade é resultado de "múltiplas determinações" e dependendo da forma como agimos os resultados podem variar.
Felizmente, aí a fortuna, o resultado favoreceu a "boa causa" da UFPA.
É por isso que se soubermos aproveitar este momento histórico, se assim o quisermos podemos refundar a UFPA.
Para isso seria necessário:
- Firmar um compromisso pela universidade pública, gratuita e de qualidade.
- Garantir que não haja ingerência da nova administração nos processos eleitorais internos de cada unidade acadêmica.
- Garantir que não haja ingerência da nova administração nos processos eleitorais internos das entidades representativas da comunidade universitária.
- Buscar um posicionamento suprapartidário focado nos interesses da universidade.
- Respeito à diversidade de idéias e posicionamentos políticos.
- Pacto contra a mediocridade: que os professores ensinem e pesquisem; que os estudantes estudem e aprendam e que os servidores cumpram com seus deveres no serviço público.
- Focar no papel histórico e no interesse social da instituição para além dos corporativismos.
- Que se coloque em ação um programa de mobilização cultural e de cidadania como forma de vencer a maré baixa da alienação e da superficialidade.