A avaliação do governo Ana Júlia

Esta primeira avaliação do governo ana Júlia publicada pelo Diário do Pará/Instituto Vox Populi revela uma situação desconfortável para o governo popular. As experiências de governo populares (como o de Edmilson Rodrigues), com pouca experiência na gestão de governo, revelam que as avaliações dos primeiros dois anos de mandato são sempre problemáticas, mas não siignificam necessariamente que revelem uma tendência estrutural de desempenho do governo.

Lembremos que nas eleições de 1998, o prefeito Edmilson não foi um bom cabo eleitoral, porque seu gverno ainda não tinha decolado, e olhem que Belém é um distrito pequeno em relação ao conjunto do Estado do Pará.

O governo Ana Júlia tem a seu favor vários fatores: contar com um projeto em fase inicial de execução (Pará Terra de Direitos), possuir em potencialidade a expectativa da chegada de enormes fluxos de recursos a partir do governo federal, além de contar com uma máquina estadual financeiramente enxuta.

O governo Ana Júlia só poderá tropeçar em suas próprias pernas: tarefas como manter a base partidária de sustentação política e parlamentar e fazer a máquina estatal funcionar a todo vapor são tarefas inadiáveis.

Acredito que uma das tarefas centrais para o governo alçar vôos é pacificar e integrar todas as tendências internas do PT na dinâmica da direção política de governo, num primeiro momento. O segundo momento acabou de ser estruturado que foi a implantação do Conselho de Governo. O conselho político do PT teria de funcionar mensalmente (executiva estadual e parlamentares federas e estaduais) e o conselho político teria de funcionar, pelo menos trimestralmente, avaliando as inciativas e propondo grandes linhas de atuação política.

Claro, os dois conselhos serviriam também para desopilar as artérias partidária e inter-partidária, por ventura obliteradas. Agora o Conselho deve ser para valer. Ou então a base aliada estará vivendo mais uma desilusão com a esperança de participar efetivamente da gestão política do governo.