NAVALHA NA CARNE- Grupo de extermínio é denunciado pelo Ministério Público

No site do MPE

O Ministério Público do Estado, por meio da Promotoria de Justiça de Icoaraci e do Grupo Especial de Prevenção e Repressão às Organizações Criminosas (Geproc), ofereceu denúncia contra 21 pessoas acusadas de participarem de uma organização criminosa voltada para a prática dos crimes de homicídio, latrocínio, extorsão, associação para o tráfico, comércio ilegal de entorpecentes e de armas, falsidade ideológica, exploração e jogos de azar, entre outros. Entre os acusados, há 12 policiais militares e 10 civis.

A ação do grupo foi descoberta após investigação conjunta do Grupo de Pronto Emprego da Polícia Civil do Estado (Gpe) e do Geproc do Ministério Público do Pará, na chamada “Operação Navalha na Carne”. Em outubro do ano passado, investigações preliminares realizadas no município de Marituba apontaram, nos últimos 03 anos, a ocorrência de 130 homicídios com características de grupo de extermínio. A maioria dos crimes tinha a participação de motoqueiros.

Como os policiais agiam na clandestinidade e com o aval de algumas autoridades e oficiais superiores, foi difícil a coleta de provas, por isso, tanto o Gep quanto o Geproc solicitaram à Justiça interceptações telefônicas para poder desvendar a rede criminosa.

Durante o monitoramento telefônico foi comprovada a existência de uma organização criminosa, composta de policiais militares lotados em duas unidades da região metropolitana de Belém, civis e ainda alguns policiais civis envolvidos em corrupções que impediam as elucidações dos crimes praticados pelo grupo. A participação desses últimos explica o motivo pelo qual, inúmeros inquéritos, que apuram homicídios eram concluídos sem indiciamento.

No curso das investigações foram decretadas várias prisões temporárias, posteriormente prorrogadas. No total, a “Operação Navalha na Carne” teve expedidos pela Justiça trinta e dois mandados de prisões, sendo 16 contra policiais militares e outros 16 contra civis, bem como trinta e oito mandados de busca e apreensão, cumpridos em residências e estabelecimentos comerciais. A operação apreendeu granadas, revólveres, pistolas, munições de diversos calibres, utensílios usados para a prática de torturas e máquinas caça-níqueis.

Os denunciados Rosevan Moraes de Almeida e Mauro Reis Coelho (Pulan) são considerados os líderes da quadrilha, responsáveis pela prática de diversos crimes de homicídio, extorsão mediante seqüestro, porte ilegal de arma e formação de quadrilha na região metropolitana de Belém. A quadrilha era denominada graciosamente por seus próprios membros como “Liga da Justiça”.