A queda de braço da hora entre o TSE e o o congresso gira em torno do sigilo para quem é beneficiado pelas doações de campanha. Atualmente as empresas doam ao partido de forma transparente e este ( o partido) redistribui aos candidatos, sem ser obrigado a tornar público o nome dos beneficiários.
O TSE está tornando obrigatória a identificação do candidato beneficiado pela redistribuição partidária. Caso prevaleça a decisão do TSE, as doações de empresas ficarão mais difíceis. A lógica é a seguinte: a empresa tem receio de "doar" e depois vir a ser flagrada sendo beneficiada, seja por emenda parlamentar, seja prestando serviço a um governo que teve o impulso desta empresa, quando das disputas eleitorais.
As empresas estão corretas em seu temor, afinal ninguém doa nada, tudo é uma troca. As empresas financiam os candidatos melhores posicionados nas pesquisas e depois tem o retorno em forma de execução de obras e serviços, através de licitações dirigidas.
A primeira medida que o TSE deveria tomar seria proibir doações por parte de pessoa jurídica nas campanhas eleitorais. Caso o TSE tomasse esta medida, haveria grande probabilidade do congresso aprovar o financiamento público de campanha, até porque o financiamento individual, jamais cobriria as despesas eleitorais.
Caso o TSE mantenha a medida isolada de obrigar os partidos a revelar o nome dos candidatos beneficiados pela doação das empresas, estas doações deixarão de ser formalizadas e então serão feitas doações clandestinas. Ou seja o TSE induzirá, definitivamente o caixa 2 de campanha.
O TSE, ao judicializar a reforma política, em conta gotas, está forçando o congresso a enfrentar a questão da reforma política. A história recente tem demonstrado que o status quo presente no congresso não vai alterar as regras pelas quais os deputados e senadores foram eleitos. E ponto final.