Dudu e o governo: sonho pouco provável

Quem acreditar que Dudu juntando PTB, PR e PDT, a partir do indicador de controle de máquina administrativa (38 prefeituras), controlará, apriori, 1/3 do voto estadual, está redondamente enganado. Caso esta matemática fôsse verdade, Ulisses Guimarães teria sido eleito presidente em 1989. Naquela eleição o PMDB controlava 26 governadores de estado e a maioria das prefeituras municipais do Brasil. Ulisses obteve 3% de votos naquela disputa presidencial.

Todos sabemos que a maioria dos prefeitos das pequenas cidades do Pará, com baixo poder orçamentário, passam por enormes desgastes após o primeiro ano de mandato. Pensar que estas pequenas prefeituras poderiam alavancar, por si só, uma candidatura ao governo, não passa de ilusão política. Por certo estes prefeitos têm o controle de 20 a 25 % dos votos municipais, numa eleição estadual, não mais do que isso. Não creio que Anivaldo Vale ou Tião Miranda (PTB,PR, PDT) sejam páreo para Ana ou Jatene no primeiro turno das eleições no Pará. No segundo turno pesará muito na redefinição das alianças no Pará o desempenho no primeiro turno de Dilma e Serra nas eleições presidenciais.

Não se municipaliza uma eleição estadual, muito menos presidencial. Uma eleição estadual possui dinâmica própria, sendo fundamental o capital político e eleitoral do candidato, a coalizão eleitoral e os recursos financeiros e organizacionais.

Portanto, o cenário das possibilidades de cada candidato e das coalizões começa a clarificar e com boas perspectivas para o governo de plantão, se continuar a melhorar a comunicação política, por outro lado e começa a se materializar uma boa dose de dificuldade para Jatene e Jáder. O potencial de Jatene em atrair aliados no segundo turno será diretamente proporcional ao seu desempenho eleitoral no primeiro turno, e as expectativas quanto às possibilidades de vitória de Serra no plano nacional.