SÃO PAULO - Os nazistas obrigaram mulheres a se prostituir em um sistema de bordeis nos campos de concentração, visando a elevar a produtividade entre os prisioneiros na Segunda Guerra Mundial (1939-45).A revelação foi feita pelo escritor Robert Sommer, que lança agora o livro livro Das KZ Bordell (O Bordel do Campo de Concentração). Segundo ele, o chefe de segurança de Adolf Hitler, Heinrich Himmler, montou os bordeis e criou um sistema de bônus que os prisioneiros dos campos podiam usar para comprar privilégios: cigarros ou sexo.“Himmler acreditava profundamente na potência sexual dos homens. Pensava que o uso de bordeis poderia forçar os prisioneiros a trabalhar mais”, disse Sommer. O primeiro bordel foi criado no campo de concentração de Mauthausen, em 1942. Em seguida o programa foi levado a dez outros campos, incluindo Buchenwald, Dachau, Ravensbrueck, Sachsenhausen e Auschwitz.O último foi criado em 1945, meses antes do término da guerra, no campo de Mittelbau-Dora, onde eram construídos foguetes V2.Os guardas da SS (polícia política)não podiam frequentar os bordeis, que também eram proibidos para os judeus e os prisioneiros de guerra russos, disse Sommer. “Um prisioneiro alemão só podia procurar uma mulher alemã. Um prisioneiro polonês só podia ir a uma mulher polaca”, disse.Cerca de 200 mulheres foram usadas como trabalhadoras sexuais, em sua maioria alemãs, mas também polonesas e ucranianas, além de uma holandesa.Elas eram prisioneiras políticas e mulheres rotuladas pelos nazistas como “antissociais”, como mendigas, desempregadas ou alcoólatras. A SS recrutava mulheres que faziam trabalhos forçados, onde elas sabiam que não sobreviveriam muito tempo.“A polícia política dizia às mulheres que, se se cadastrassem para trabalhar nos bordeis, seriam libertadas após meio ano. É claro que a promessa não era cumprida”, disse Sommer.
Jornal da Tarde.