Serra e o PSDB apresentam a privatização da telefonia como o modelo que socializou com todos os telefones. Nunca ví nenhum petista, e muito menos a Dilma enfrentar esta questão. Ora, o modelo ideal seria aquele adotado no mercado de petróleo, onde abriu-se este segmento ao setor privado sem privatizar a Petrobrás.
FHC poderia ter aberto o mercado de telefonia sem abrir mão da Embratel. Ou seja, poderíamos ter esta proliferação de companhias de empresas privadas de telecomunicações, sem necessariamente ter sido preciso privatizar a empresa estatal deste setor.
A Embratel funcionaria como um poderoso instrumento para controlar a formação de preços a partir dos oligopólios. Os monopólios ou oligopólios privados são até piores do que os monopólios estatais. Assim, se as empresas telefônicas tentassem formar cartel em prejuizo do consumidor, a Embratel poderia baixar preços e forçar as empresas privadas do setor a acompanhar este mesmo movimento.
Portanto, poderíamos ter esta mesma expansão do acesso aos telefones mantendo o controle público da Embratel. Creio que a Embratel Estatal controlaria melhor a expansão de preços do que a Anatel, que hoje serve mais às empresas telefônicas do que aos consumidores.
Quebrar os monopólios estatais sobre segmentos da economia seria mais eficaz e eficiente e protegeria mais a sociedade do que as privatizações generalizadas dos diversos setores da economia, executado por FHC, e não teria sido desmontado a presença do Estado sobre setores chave da economia.