Lula diz que fará oposição menos ferrenha no futuro

No Estadão

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que espera ser uma oposição menos ferrenha quanto foi no passado quando deixar a presidência da República, esperando que haja continuidade dos projetos iniciados em seu governo. "Até porque espero eleger o meu sucessor", brincou Lula ao falar por quase duas horas a uma platéia de empresários brasileiros e estrangeiros reunidos em debates organizados pela revista britânica The Economist.

Lula voltou a dizer que é uma "pessoa de sorte" e tentou transmitir otimismo aos empresários afirmando que confia que ainda este ano seja aprovada no Congresso Nacional a proposta de reforma tributária encaminhada há duas semanas. "Estou otimista de que vamos aprovar uma reforma justa este ano para acabar com essa guerra fiscal fratricida", afirmou.

O presidente afirmou ainda que considera a reforma política a segunda mais urgente para o País, ao ser questionado por um empresário quais as reformas que acharia necessárias "caso fosse mais fácil no Brasil realizar reformas". Lula relatou que tem conversado com os presidentes de partidos para convencê-los a apresentarem uma proposta de reforma política. "Tenho dito a eles, inclusive o presidente do meu partido, que não esperem que parta do presidente da República uma proposta (de reforma política) porque isso deve partir dos partidos políticos", comentou.

POPULAR - Lula fez um longo relato aos empresários sobre os bons indicadores da economia e o que chamou de sucessos das políticas sociais do País que ajudaram a impulsionar o crescimento econômico do País. O presidente afirmou que seu governo continuar "investindo" nas ações sociais. "E gosto de ser chamado de popular, mas me ofendo quando me chamam de populista", afirmou Lula, acrescentando que considera um investimento proporcionar às populações mais carentes a possibilidade de consumir produtos e serviços que antes eram restritos às classes mais ricas.