PORTO ALEGRE - O deputado Miki Breier (PSB) afirmou, nesta terça-feira, durante reunião da Comissão Especial de Impeachment, que a ideia do governo de sepultar o processo de impeachment da governadora Yeda Crusius já na próxima semana poderá ter de ser adiada. Ele lembrou aos demais parlamentares da oposição, que se reuniram às 18h, que um deputado mudou de partido e, portanto, não deverá ter poder de voto na comissão e outro está no exterior. Com isso, o relatório da deputa Zilá Breitenbach (PSDB).
"A lei diz que todos os partidos precisam ter assento nessa comissão de admissibilidade. O deputado que representava o PPS (Carlos Gomes) não está mais no partido. Portanto, o PPS não tem mais representação. Como é que resolvemos? Esse deputado, no nosso entender, não vai poder votar. E aí pode faltar os votos necessários para a aprovação do relatório. É maioria absoluta de 30 deputados. É 15 mais 1. Teria de ter 16. E outro deputado não está no País, afirmou Breier. Segundo a assessoria do deputado Álvaro Boessio (PMDB), ele está em uma missão na Itália e voltará ao Brasil somente no dia 15 de outubro."
De acordo com Breier, o relatório da deputada tem de ser votado em dez dias (após a publicação no Diário Oficial - o que ocorreu nesta terça-feira), conforme a lei.
- Sem relatório aprovado, não tem discussão em Plenário, que é o passo seguinte. Então, talvez teremos de recompor a comissão a partir dessa nova composição da Assembleia.
O deputado Carlos Gomes deixou o PPS e se filiou o PRB.
Membros da Comissão Especial de Impeachment ouviram 12 áudios ¿ 11 deles escutas telefônicas que estão no processo do Ministério Público Federal (MPF) e, apesar de não serem conversas entre a governadora e interlocutores, fazem menção a ela, e uma entrevista de Yeda a uma rádio da capital gaúcha.
Nesta quarta-feira, a oposição irá se reunir novamente para ouvir novos áudios que estão sob sigilo e verificar documentos referentes à quebra de sigilos bancário e fiscal. Essa reunião ocorrerá na Assembleia às 12h e será reservada.
- Nesses 12 aúdios, há elementos muitos fortes. Se eles tiverem relação entre si e encontrarem compatibilização com os sigilos (que veremos nesta quarta-feira), poderemos ter elementos mais do que suficientes para sustentar o nosso voto em separado - afirmou o deputado Ronaldo Zülke (PT).
Segundo Zülke, o relatório apresentado pela deputada Zilá é um relatório chapa branca, de amiga íntima para amiga íntima, já que a parlamentar é presidente do partido de Yeda, e distorce as páginas da decisão da juíza federal Simone Barbisan Fortes.
- O relatório esquece dos demais agentes da ação que tiveram o patrimônio bloqueado e esquece que a governadora é ré no processo - disse Zülke.
Fabiana Leal, Portal Terra