Descendo a lenha

Hélio Gueiros descreve na sua coluna semanal no Diário do Pará o diálogo de um empresário madeireiro e um passageiro na sala de embarque do aeroporto. O empresário, na sua argumentação em defesa da exploração econômica da floresta, cita como exemplo o modelo econômico do Canadá, Finlândia e Suécia. Eles teriam suas economias baseadas na produção e exportação de papel - que é feito de celulose extraída de árvores. Segundo versão do empresário, no Canadá a floresta seria usada como matéria-prima, pagando-se uma taxa de replantio ao governo. Ocorre que não há produção de papel a partir de floresta nativa. O que se usa são árvores de florestas cultivadas de eucalipto, do melhoramento genético a clonagem das melhores matrizes para plantio. Todas as florestas são cultivadas e renováveis, associando o plantio comercial à recomposição de florestas naturais, incluindo a preservação de espécies nativas e da fauna silvestre da região de plantio, seguindo os rigorosos padrões ambientais da norma internacional ISO 14001. Ou seja, a produção de papel aqui ou em qualquer outro país em nada se assemelha à exploração predatória ocorrida na Amazônia.