Historicamente a educação, saúde e participação popular têm sido os pontos altos das administrações petistas, a nível municipal, estadual e federal. Nos primeiros 18 meses apenas a participação popular, através do PTP, mostrou a sua bela cara. As melhorias esperadas nas áreas de saúde e educação ainda não se fazem visíveis no cotidiano dos usuários destes sistemas no estado.
A secretaria de saúde para funcionar de acordo com os princípios do SUS precisa de executivos republicanos e comprometidos com a filosofia do nosso sistema de saúde, e parece que esta não foi a marca do ex-secretário de saúde. A nova secretária de saúde tem boa reputação entre os sanitaristas da gema, porém os gestores regionais e municipais precisariam ter o mesmo perfil. Enquanto isso as políticas de saúde inovadoras e eficazes não se fazem presentes na vida do paraense pobre. Ana terá que enfrentar e resolver este dilema. Eu acredito que a forma mais eficaz seria oferecer outra secretaria de peso ao PMDB e entregar a SESPA aos velhos militantes da reforma sanitária no Pará e quem têm os melhores quadros nesta área é o PT e o PPS.
Já a educação precisa de um choque de gestão. Billa Galo foi uma excelente escolha da governadora. A SEDUC padece de excessiva centralização política e administrativa, gigantismo e da enorme burocracia que emperra a celeridade administrativa. Verificamos que em um mesmo bairro temos escolas de nível médio premiadas convivendo com a maioria das escolas com performance sofrível. Parece que o pacto corporativo entre um razoável número de diretores das escolas com parte de professores medíocres e anti-republicanos explica uma boa parte das péssimas avaliações auferidas nas escolas públicas no Pará. Ou se moderniza a gestão escolar, implanta-se indicadores de desempenho por escola ou de nada adiantará aumentar salários e melhorar a infra-estrutura física das escolas. Ou a comunidade escolar enfrenta o pacto de mediocridade ou será impossível evitar a terceirização da gestão escolar, como uma forma radical de combater o compadrio (anti-educacional) que envolve parte de diretores e professores em um bom número de escolas públicas do Pará.