Manifestantes continuam acampados nas proximidades da Estrada de Ferro de Carajás

Em O Globo

RIO - Integrantes do Movimento dos Trabalhadores da Mineração (MTM) continuam acampados às margens da Estrada de Ferro de Carajás, em Parauapebas, no Pará, que pertence à Vale. Eles também ocupam fazendas da região, e esperam uma atitude do governo do estado para resolver o problema das desapropriações. O governo do Pará, no entanto, ainda não tem uma posição sobre a posse dessas áreas.
Nesta sexta, o clima é de tranqüilidade em Carajás. Os manifestantes desbloquearam a ferrovia depois que a Vale conseguiu a reintegração de posse do local na tarde desta quinta. Por enquanto, apenas os trens de carga voltaram a circular, segundo a empresa. A tropa de choque da polícia deixou o local, e cerca de 600 garimpeiros continuam acampados nas proximidades. Nesta quinta, os manifestantes usaram galhos de árvores para bloquear a ferrovia por cerca de meia hora. Eles reivindicam a aprovação de um estatuto para os trabalhadores da mineração, e dizem que pretendem permanecer no local fazendo mais manifestações.
As manifestações continuam também na Curva do S, em Eldorado dos Carajás. Cerca de dois mil trabalhadores sem-terra estão acampados no local onde, há 12 anos, 19 trabalhadores morreram após confronto com a polícia. Os sem-terra exigem do governo do estado a desapropriação de oito fazendas na região, algumas delas estão ocupadas pelo MST há dez anos.
A sede da fazenda São Marcos, em Parauapebas, foi ocupada nesta quinta por cerca de 300 trabalhadores sem-terra. Eles expulsaram o dono da propriedade e funcionários tiveram que sair às pressas. Ainda nesta sexta, empresários e produtores da região se reúnem na cidade para discutir o problema das invasões.