Na Folha
Os alunos da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) decidiram em assembléia realizada na noite desta quarta-feira pedir a renúncia do reitor Ulysses Fagundes Neto e entrar em greve até a próxima sexta-feira. Fagundes Neto é acusado de gastar R$ 12 mil em viagens internacionais nos últimos dois anos com cartão corporativo.
Os estudantes decidiram que não vão ocupar o prédio da reitoria da universidade, como fazem os alunos da UnB (Universidade de Brasília) desde o último dia 3 em protesto contra o comando da instituição. "Ainda não é hora", afirmou o coordenador-geral do DCE (Diretório Central dos Estudantes) Thiago Cherbo.
"Na sexta, às 15h, pediremos a saída do reitor em frente a seu gabinete e às 18h vamos realizar outra assembléia", disse o líder estudantil.
Na assembléia de sexta será definido se os universitários continuarão em greve ou se ocuparão a reitoria.
"Também vamos pedir melhorias sociais aos estudantes e paridade nas votações da Estatuinte", disse Mateus Lima, da coordenação do DCE. São os membros que formam a Estatuinte que definem o estatuto da universidade. A proporção nas decisões é de 75% para os professores, 15% para os alunos e 15% para os funcionários.
A decisão de paralisar as aulas e pedir a saída do reitor foi tomada no mesmo dia em que Fagundes Neto admitiu que errou ao utilizar os cartões corporativos para comprar objetos pessoais e afirmar que devolveu aos cofres públicos todo o dinheiro utilizado em viagens internacionais.
Para os alunos, a devolução do dinheiro não exclui o fato de que o reitor utilizou verba pública para fins pessoais. "Não dá para confiar em um reitor que comete esse tipo de crime", afirmou Lima.