Desmatamento e chuvas atraem serpentes para Belém

O crescente desmatamento da área no entorno de Belém está atraindo um número cada vez maior de serpentes para a região metropolitana da capital paraense, fato agravado pelas intensas chuvas nesta época do ano. Segundo o Corpo de Bombeiros, já foram registradas 60 ocorrências de capturas de serpentes só entre janeiro e março deste ano. De acordo com notícia da Agência Museu Goeldi, o fenômeno aumenta a cada ano na proporção da diminuição da matriz florestal da Grande Belém, dando espaço para mais áreas de ocupação humana da cidade, que se estende a municípios vizinhos como Ananindeua, Marituba e Benevides. Enquanto algumas serpentes se refugiam em ambientes parecidos com o habitat natural, como bosques ou parques ecológicos, outras espécies, com facilidade de adaptação às alterações do meio - capacidade chamada de plasticidade ecológica - se estabelecem na cidade, principalmente em localidades próximas a áreas alagadas e cercadas por lixo, entulho. São nesses lugares que o Corpo de Bombeiros encontra animais de porte avantajado.
O livro “Belém Sustentável”, lançado recentemente pelo Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia), mostra que na Grande Belém, a área per capita de floresta sofreu uma redução de 31 metros quadrados entre 2001 e 2005. Em 2001, somava 211 metros quadrados por pessoa, enquanto em 2005 caiu para 176 metros quadrados por pessoa. Entre os municípios da região metropolitana, Belém é o que tem a menor floresta per capita, com penas 85 metros quadrados por pessoa, seguido de Ananindeua com 151 metros quadrados. No outro extremo, encontra-se Santa Bárbara do Pará com 6.219 metros quadrado de floresta por pessoa. Os pesquisadores do Imazon alertam que é urgente cessar o desmatamento e garantir a conservação das florestas remanescentes.
Fonte: Pará Negócios