FHC autoriza quebra do sigilo dos de seus cartões

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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso autorizou hoje (25) a investigação dos gastos da Presidência da República durante seu governo com os cartões corporativos e as contas B pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos.

Em carta enviada ao líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), o ex-presidente afirma que "nunca houve sigilo nos gastos do Gabinete da Presidência" durante os seus oito anos de governo.

A manifestação do ex-presidente foi em resposta a um pedido do líder que queria uma autorização para formalizar um requerimento para que sejam quebrados os sigilos de gastos de Fernando Henrique e de sua esposa Ruth Cardoso.

"Amanhã (26), a CPMI será um belo teste para mostrar quem quer investigar e quem não quer", afirmou Arthur Virgílio.

Na resposta à solicitação do parlamentar, Fernando Henrique disseque em "uma única vez, no início de meu primeiro mandato, lançou-se mão de reserva para a compra de material criptográfico e de portas detentoras de metal".

Mesmo estes gastos, segundo Fernando Henrique Cardoso, tiveram suas contas prestadas ao Tribunal de Contas da União (TCU), e por isso, disse que era desnecessária uma autorização para que abrisse mão da prerrogativa do seu sigilo.

"Não preciso, por conseqüência, abrir mão de prerrogativa que não usei e que é discutível. Basta requisitar as ditas contas à Casa Civil da Presidência da República", ressaltou o ex-presidente.

Na carta, Fernando Henrique Cardoso disse que a quebra de seu sigilo e de sua esposa com relação ao uso de cartões corporativos e contas B "é a única maneira de ambos governos se livrarem de suspeitas que, no meu caso, são infundadas, e espero que sejam no caso do atual governo".

Ele estranhou o fato de a CPI mista inicie as investigações pelas contas de seus dois governos, aprovadas pela Secretaria de Controle Interno da Presidência e pelo TCU.

"Os fatos determinados que deram origem a CPI dos Cartões Corporativos têm a ver com alegadas retiradas de vultosas quantias de dinheiro por meio de cartões de crédito na atual administração. Estas é que teriam sido glosadas pelo TCU", diz Fernando Henrique Cardoso.