Candidatura do Rio ganha impulso na reta final, avalia jornal

BERLIM E LONDRES - O Rio ganhou impulso na reta final da disputa olímpica pela sede dos Jogos de 2016. A avaliação é do jornal inglês Financial Times, que publicou, nesta quinta-feira, análise sobre a corrida entre a cidade brasileira, Chicago, Madri e Tóquio. No mesmo dia, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, afirmou que “a cidade que conquistar o direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016 será eleita por uma margem mínima de votos”. Para o dirigente, a competição é uma das acirradas das últimas escolhas olímpicas. A votação que decidirá a sede será em 2 de outubro, em Copenhague.
Antes considerado como quarta força, o Rio, segundo bastidores do olimpismo, ganhou vantagem após a divulgação dos dossiês, no início deste mês. Desde então, a capital fluminense passou à liderança no ranking do site especializado Games bids, que anunciou sua recente cotação no dia 10. O Rio aparece com nota 61,61. Chicago vem a seguir, com 60,01, à frente de Tóquio (59,20) e Madri (57,80). Outro site que trata do mundo olímpico põe o Rio em terceiro, mas sua última atualização ocorreu antes da divulgação dos dossiês. Em 8 de junho, o Around the rings colocou Chicago em primeiro (80), diante de Madri (78), Rio e Tóquio (ambas com pontuação 77).
Segundo o Financial Times, avaliação técnica do COI não permite apontar uma favorita na corrida, mas o jornal ressaltou a candidatura carioca. “O Rio de Janeiro, no entanto, está ganhando impulso, apesar da noção de que sediar a Copa de 2014 poderia contar contra a cidade”, escreveu o FT. “Os organizadores da candidatura agora usam isso como uma vantagem, porque a cidade pode garantir que suas instalações esportivas vão estar prontas para a Olimpíada.”
A publicação inglesa cita a beleza visual, a economia brasileira e a possibilidade de a América do Sul receber os Jogos pela primeira vez como pontos fortes a favor do Rio. “Contra a cidade, estão o tamanho do orçamento, a distância entre as instalações esportivas e os desafios de segurança pública.”
Sobre as adversárias, o Financial Times analisou que Chicago teve problemas para apresentar garantias financeiras. Tóquio, disse o jornal, “causou confusão no COI ao afirmar que as instalações esportivas estavam prontas quando ainda falta construí-las”. Contra Madri, pesa o fato de os Jogos anteriores, em Londres-2012, serem na Europa.
Em Berlim, o presidente do COI previu a disputa apertada.
– Serão provavelmente alguns poucos votos – disse Jacques Rogge sobre a margem do vencedor. – Dois, três, quatro votos... Será muito apertado. Não se esqueçam que quatro ou cinco votos representam apenas duas ou três pessoas mudarem de ideia. Talvez a última apresentação das cidades (em Copenhague, pouco antes da votação) vá mudar os votos de dois membros.
Em Tóquio, os responsáveis pela campanha prometeram agitação contraria à paciência japonesa nas duas últimas semanas antes do pleito, em 2 de outubro.
– Sabemos que excelência técnica sem paixão não funciona, por isso vamos conversar com os membros do COI face a face e mostrar essa paixão – disse Ichiro Kono, presidente da candidatura da capital japonesa.

Fonte: JB on line