Agripino diz que foi mal interpretado e que Dilma usou 'esperteza emocional' no Senado

Em O Globo

BRASÍLIA - O líder do DEM, José Agripino Maia (RN), disse que foi mal interpretado por sua abordagem de lembrar que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), assumiu em uma entrevista de 2003 que mentia durante seus tempos de guerrilheira no regime militar. Agripino tentou traçar um paralelo entre as mentiras que Dilma contava sob tortura e a possibilidade de que faltasse com a verdade em depoimento no Senado, onde esteve nesta quarta-feira.

- A ministra adotou uma postura de esperteza emocional para desviar do assunto principal, que é a truculência na elaboração do dossiê com elementos de um Estado policialesco. Tudo o que eu queria era esclarecer o assunto. Se algo que coloquei desviou o foco, eu não hesitaria em retirar - disse o senador.

Mas nem mesmo no próprio DEM, a intervenção de Agripino foi bem recebida. Depois de ensaiar uma defesa pública do colega, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) fez um desabafo com os colegas.

- O Agripino me perguntou se a fala dele tinha sido ruim. Eu respondi que foi péssima. Ele só podia estar dopado. O que é isso de falar de mentira sob tortura! - lamentou Demóstenes.
Já a base governista comemorou a intervenção de Agripino Maia:

- A fala da ministra Dilma possibilitou resgatar o seu histórico, seu compromisso com a democracia e o seu lado humano - disse Aloizio Mercadante (PT-SP).