Construção Civil: qual o sentido da mobilização, a quem pressionar?

Seguramente o efeito da greve nas relações privadas dá-se pelo prejuizo que deve causar nos patrões forçando-o a sentar e negociar.

Não entendo que os "revolucionários" que dirigem o movimento operário da construção civil esperam ganhar, ao fazer a população refém de seus fechamentos das ruas centrais da cidade.

Gramsci ensina totalmente ao contrário desta tática segregadora do movimento. A idéia de hegemonia passaria necessariamente pela conquista dos corações e mentes da  maioria da sociedade para suas bandeiras estratégicas e movimentos táticos.

A idéia de guerra de  movimento, ora em execução, deveria ser dirigida contra o empresariado do setor e não contra a população. Caso o movimento fosse dirigido contra o governo, esta tática teria algum sentido, pois  maltratar a população poderia pressionar os governantes a agirem.

Este movimento é  para pressionar a classe empresarial. Por isso não entendo como os dirigentes sindicais da construção civil, estão construindo um ódio social contra um movimento que parece muito justo.

Creio que quando o doutrinarismo age acima da política, temos um descolamento entre teoria e prática. Aí a loucura e o desespero superam a racionalidade estratégica.