Flávio Nassar: É Melhor prevenir


O professor Flávio Sidrim Nassar da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA em artigo publicado em O Liberal de sábado 13 de dezembro, conta detalhes do Golpe que tenta fraudar o resultado das eleições.



Um golpe contra a vontade majoritária da UFPA está sendo tramado pelos apoiadores da chapa Regina-Licurgo.
A trama já é do conhecimento de Brasília. A intenção é criar um clima propício para justificar a indicação da segunda colocada na consulta feita à comunidade, no último dia 3, vencida incontestemente pelo professor Carlos Maneschy.
A estratégia dos golpistas consistia, no primeiro momento, em desacreditar o resultado da consulta. Esperavam que fossem impugnadas urnas vindas do interior, onde, por falta de fiscalização das demais chapas, a oficial obteve maioria desproporcional e, portanto, duvidosa. Aguardavam a impugnação dessas para impugnar aquelas nas quais Maneschy ganharia a eleição. Como a impugnação das urnas do interior, aboletadas de votos de alunos de cursos não regulares incluídos à sorrelfa nas listas de eleitores, não mudavam o resultado pró Maneschy, seus advogados desistiram da impugnação.
É sempre bom lembrar que um copo vazio está sempre cheio de ar, e estavam no ar as palavras do reitor em entrevista televisiva, dizendo que o vencedor da consulta seria o nomeado: "Se não houvesse tumulto no Consun".
Com a desistência da contestação, os conspiradores passaram para a velha tática dos dossiês, que já circulam em Brasília, tentando provar que Maneschy é inelegível, pois teria sido condenado, juntamente com o ex-reitor Cristovam Diniz, por improbidade administrativa.
A tentativa de criminalizar Maneschy vem da contratação da Associação de Reitores Europeus, que, por indicação do MEC, fez a avaliação institucional da UFPA. Apesar de ter sido feito o procedimento de inelegibilidade de licitação, não foi anexado aos autos o documento comprobatório.
O ministro Raimundo Carreiro, do Tribunal de Contas da União (TCU, que relatou o processo é claro: "os serviços foram efetivamente prestados, NÃO HAVENDO LOCUPLETAMENTO POR PARTE DOS RESPONSÁVEIS."
O Acódão aprovado na sessão de 20/06/2007 determinou: "Encaminhar cópia deste Acórdão, bem como do Relatório e Voto que o fundamentam, ao Controle Interno da Universidade Federal do Pará - UFPA para que adote as providências a seu cargo relativas À BAIXA NA INSCRIÇÂO DA RESPONSABILIDADE dos Srs. Carlos Edilson de Almeida Maneschy, Cristovam Wanderley Picanço Diniz ".( A integra do relatório, voto e acórdão pode ser vista no endereço eletrônico do TCU).
Apesar de sabedores de que não há nada que incrimine Maneschy, inescrupulosamente usam a máxima de Joseph Goebbels: 'Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade.'
Brandirão essa mentira no Consun, nos gabinetes ministeriais, entre os deputados da bancada paraense, junto à opinião pública, entre professores desavisados, etc.
Se isso causar tumulto no Consun, será razão suficiente para pedir ao Ministro da Educação que nomeie, em tempo recorde, se possível no dia seguinte à reunião do Conselho, o segundo mais votado da lista.
Essa é a conspiração, esse é o projeto do golpe.
Vão me pedir para provar, vão dizer que não estou me referindo a fatos e fazendo especulações.
Que conluio acontece à luz do dia?
Quem exigirá provas da conspiração de Amauri Kruel, Mourão Filho, Castelo Branco e dos demais conspiradores de 64?
O golpe é o resultado de uma conspirata que deu certo. Vitorioso, ele se cumpre.
A história das eleições diretas para reitor nas universidades brasileiras é a história de afirmar o principio constitucional da autonomia universitária contra as ingerências de outras instâncias de poder: partidário, estatal, corporativo, etc.
Na primeira eleição direta, em 1984, o máximo que se conquistou foi a lista sêxtupla. O segundo mais votado foi o indicado, com o apoio de forças políticas. Nas subseqüentes, o engenho universitário criou uma fórmula para eliminar possibilidades de manipulação: o candidato mais votado indicava os companheiros de lista tríplice e o Consun assumia o compromisso de indicá-los. Assim não existia disputa política fora do âmbito da universidade e a sua autonomia era respeitada.
Esse procedimento foi observado nas disputas que tiveram o fim mais pacífico.
Aos que acham que estou confabulando ao me referir a conspirações e a golpes, faço um desafio: provem que acatam o desejo expresso nas urnas, afirmem o compromisso com a autonomia da universidade e retirem-se da disputa propondo ao Consun que a lista tríplice que acompanhará o reitor eleito Carlos Maneschy para os procedimentos formais em Brasília, seja composta por pessoas por ele indicadas.
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