Setenta por centos dos parlamentos estaduais e nacional são controlados pela centro-direita. É assim desde a República de 1946, período que marca a instalação da república democrática no Brasil.
Voto em lista aberta, financiamento privado de campanha combinado com o personal vote sintetizam a receita que permite que 70% dos parlamentos sejam definidos pelo poder econômico. Mesmo parte da bancada de esquerda, oriunda de partidos governistas mamam nas tetas dos poderes orçamentário, administrativo e financeiro, patrocinados pela máquina de governo.
É fato: não passa no congresso, de forma nenhuma: reforma política, reforma tributária e repactuação federativa. No Brasil, o Estado federativo faz o movimento inverso à sua concepção originária. Aqui o Estado faz o efeito Hobin Hood ao contrário. O orçamento é distribuido favorecendo mais aos estados ricos em detrimento dos estados pobres. E Assim caminham as desigualdes regionais. O ICMS dos minerais é cobrado no destino e o Pará vai ficando apenas com os buracos na terra e as chagas sociais.
As mudanças sociais acontecem em contagotas e são consequência do crescimento econômico. As políticas sociais são mais baseadas em políticas compensatórias do que em políticas universalistas e assim, a esmola social prevalece sobre políticas redistributivas.
Que 2011 coloque a academia discutindo de forma crítica as políticas públicas do governo central e não fique dourando a pílula. O Brasil e suas políticas no complexo jogo das disputas dentro de um governo prenhe de contradições e de forças políticas, dá uma bolsa família aos ricos (PAC) e uma bolsa família aos pobres, que é a renda mínima. Neste jogo a equidade cresce em rítimo lento. A massa de capital cresce mais do que a massa salarial.