2010: e os tucanos renasceram das cinzas no Pará

Para um analista equidistante estas eram as possibilidades da candidatura tucana antes do pleito de 2010 no Pará:

1- Conflito entre as alas Almiristas e Jatenistas, portanto, tucanos rachados
2- Não mais do que 14 pequenas prefeituras na base de apoio de uma eventual candidatura tucana
3- Apenas o PPS formava, sem vacilo, a base de coalizão do PSDB
4- Jatene sem apoio de máquina federal ou estadual
5- Jatene com baixo caixa de campanha para enfrentar o poderio governista
6- Jatene só contava com a boa lembrança do eleitorado, uma vez que o mesmo deixou o govenro em 2006 com mais de 80% de avaliação positiva.


Portanto, se a política fosse o resultado de uma somatória matemática de variáveis relacionadas à patronagem, Ana Júlia estava apriori reeleita e foi nesta perspectiva que apostou o núcleo "duro" de Ana Júlia. A compra de votos decidiria esta eleição no Pará.

O mundo da política revelou que o resultado em política é muito mais do que uma visão matemática. O Povo do Pará passou por cima das máquinas de governo, partidária e do poder econômico e, enxotou Ana Júlia da direção política do governo do Pará.


A vitória de Jatene foi o resultado de múltiplos fatores, mas sem dúvida nenhuma, se fôssemos usar a terminologia Tocqueviliana em torno de causas principais e causas secundárias, não tenho dúvida em concluir que o maior cabo eleitoral de Jatene foi a própria Ana Júlia e seu desastroso governo. O Povo do Pará demonstrou que sabe avaliar o desempenho de um governo e sabe afastá-lo quando a "borracha termina primeiro do que o lápis".