O PT e a síndrome da facção.

Segundo Giovanni Sartori o conceito de facção está relacionado a um agrupamento interno aos partidos que só pensa no seu círculo particular, ou seja, só pensa no seu umbigo. Primeiro a facção depois o resto...

Não existe, no PT, sobrevivência política fora das tendências. Candidatos independentes, que se elegerem parlamentares, dificilmente serão guindados à disputa majoritárias, porque o que move as facções é o controle da máquina, para dominar e se possível liquidar seus oponentes dentro do próprio partido.

As facções minoritárias só são guindadas às disputas majoritárias quando as facções majoritárias avaliam que as chances de vitórias são pequenas. Foi por causa deste tipo de cochilo, das correntes majoritárias no Pará, que Edmilson foi candidato em 1996 e Ana Júlia em 2006.

As facções são o segredo do crescimento fenomenal do PT, mas também são as causas de sua prostração. Ajudam a crescer, porque o PT é uma federação de facção, mas também ajudam a enfraquecer, porque cada uma só pensa em sí, em detrimento do partido.

O PT disciplinou as tendências (facções), mas nunca deixou de ser uma federação de facção. Hoje tenho clareza, as correntes internas, jamais superaram a condição de facção. Querem uma prova desta afirmação? abrir mão, nos governos, de quadros qualificados acadêmicos, com grande inserção na história do PT e da esquerda, só porque este quadro não é da tendência. Assistí doutor, super experiente, ser substituído em cargo técnico, por recém graduado da tendência, sem nenhuma experiência.