O episódio de Eldorado de Carajás ocupou minha mente por um bom tempo. Eu me perguntava, como diminuir as probabilidades de que situações como essas voltem a ocorrer em um governo. Eis que vi na Presidência da República uma estrutura institucional criada para se antecipar às situações potencialmente perigosas ao governo, de ordem política, social, trabalhista e burocrática, que é a Secretaria de Segurança Institucional, que possui o status de ministério.
Então eu tinha encontrado a inspiração para propor ao governo Ana Júlia, uma estrutura institucional capaz de no cotidiano rastrear situações de potenciais riscos à gestão de governo como: corrupção em secretarias ou na administração indireta, conflito agrários e urbanos de alto conteúdo explosivo, antecipação negociativa a greves em setores essenciais de serviços do Estado, na perspectiva de moderar os confrontos e construir mecanismos para a sensibilização do governo frente ao potencial de confronto e assim por diante.
Então formulei a idéia de criar no curto prazo uma coordenadoria de segurança institucional que reuniria os serviços de inteligência das polícias civil e militar, a Casa Civil, o Gabinete da governadora e a inteligência estratégica da Ciência Política, para produzir relatórios sistemáticos sobre todas as áreas de ação do governo com o objetivo de evitar que novos Eldorados de Carajás, e ou, um novo mensalão da vida viesse a se repetir.
Ledo engano, a proposta foi apresentada à Casa Civil e à governadora, que, mais uma vez ganhou o fundo da gaveta. Possivelmente se este governo em Ocaso fosse Res Publicano, e tivesse adotado esta proposta, não teríamos o caso de Abaetetuba, nem o caso do Kit Escolar, muito menos o escândalo da AGE, e nem a repressão política aos professores em greve.
Quem achou que eu nunca lutei por este governo em Ocaso se enganou e redondamente.