A tranquilidade e o ufanismo da campanha de Ana Júlia na TV, tenta passar a imagem de uma situação política sob controle. Esta postura tende a afundar ainda mais a campanha, do que reverter o grave quadro de rejeição da governadora. Mais parece o sorriso de aeromoça, para tranqulizar os passageiros, quando o avião está em queda. Este comportamento poderia ser resumido na seguinte frase: "Vamos fingir para o eleitorado que tudo está bem, que tudo ficará maravilhoso". Enquanto Jatene, na TV, está esmurrando o governo Ana e o PT , por outro lado, a candidatura Ana Júlia nada faz para relembrar aspectos negativos dos governos tucanos de 1994/2006.
Quem está fazendo pesquisas no interior das coligações sabe da rejeição estratosférica de Ana Júlia (58% no estado e 52% em Belém) e que Jatene vem liderando com folga, de pelo menos 15 pontos esta corrida governamental.
Então, a campanha de TV de Ana deveria centrar em duas direções simultâneas: de um lado resgatando a imagem pessoal da governadora que foi detonada pelo acúmulo de alguns escândalos, como: Os assessores da beleza, A menina presa com 20 homens na mesma cela em Abaeté, o namorado nomeado para dirigir o setor de aeronaves do estado, os kits escolares, o aluguel de 450 palios por 20 milhões e o relatório da Auditoria geral do estado. E de outro, divulgando, como prestação de contas, o que o governo fez e o que a governadora conquistou junto ao governo Lula, para nosso estado.
O problema da campanha na TV de Ana, é que seus marqueteiros acham que divulgar as obras federais no estado, capitalizando-as, removerá, teleologicamente, a rejeição da governadora. Ontem foi divulgado o investimento federal no nordeste do Pará, segundo o programa, a pedido de Ana, porém os marqueteiros não relacionaram a criação de ocupação produtiva de 13 mil famílias com a dinamização da economia no comércio, no emprego, na indústria das cidades do entorno, diminuindo o potencial de fazer a população urbana da região sentir-se contemplada com a iniciativa.
Caso a direção de marqueting de Ana continue ignorando esta altíssima rejeição, como se ela não existisse, a rejeição cairá muito pouco nas próximas semanas. Quem tem mais de 45% de rejeição nunca ganhou eleição, em segundo turno, numa disputa para governo estadual, principalmente no Pará, aonde 2/3 do eleitorado se concentra no interior.
Ahh... nenhuma candidatura está discutindo um projeto de médio e longo alcance para o estado, relacionado a: segurança, saúde, interiorização do desenvolvimento, infraestrutura para o desenvolvimento industrial como: ferrovia, rodovia, aeroportos, energia, transporte urbano, etc.