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até 1996: o mito dos votos brancos e nulos
Caso venhamos a fazer uma pesquisa sobre o significado dos votos brancos e nulos na literatura de ciência política até 1996 teremos informações catastróficas sobre o significado destes votos. Havia um consenso de que votos brancos e nulos seriam sinônimos de questionamento do regime e do sistema político, e o Brasil era campeão mundial de votos brancos e nulos, que chagavam em até 40%, no decorrer de uma mesma eleição, será que estávamos as vésperas da revolução? Qual a surpresa quando estes números cairam para 5 ou 6% após o advento das urnas eletrônicas. Resultado, o fenômeno exagerado de votos brancos e nulos eram consequências do modelo de voto tradicional, onde o eleitor era obrigado a preencher cédulas eleitorais complexas. No Brasil tínhamos, na época, 15% de analfabetos totais e mais 25% de analfabetos funcionais. Ou seja, os votos brancos e nulos eram consequências diretas da escuridão nas letras, que banhava nosso povo. Com o voto eletrônico as pessoas comandam números e o ato de votar ficou mais fácil. Hoje ainda temos 8% de brasileiros que não sabem ler nem escrever.