A agenda eleitoral no estado aponta para um desejo de mudança. O contexto da disputa nacional fatalmente incidirá sobre as decisões de Jáder em relação ao segundo turno no Pará. Creio que esta eleição será o mais poderoso teste em torno do potencial da opinião pública em relação ao desempenho objetivo do governo incumbente (atual) e o poder da máquina administrativa e orçamentária do governo de plantão.
A rejeição da governadora Ana, que era de 60% há seis meses atrás hoje está oscilando entre 53 e 55%, ou seja, está nas alturas, e consolida uma enorme probabilidade de derrota em segundo turno. A questão é: a opinião negativa da maioria do povo sobre o desempenho da atual governadora se imporá sobre a máquina clientelística num cenário onde 2/3 do eleitorado vive no interior e a metade do eleitorado ganha tão somente até dois salários mínimo? Creio, e fica no campo da intuição, que uma tsunami pode emergir no Pará no segundo turno e vir a derrubar o governo, como ocorreu em 2006 com a candidatura Almir Gabriel. Seria o fim de qualquer inferência sobre o controle clientelístico do voto em eleições majoritários no Pará, ou seja, uma bela descoberta da ciência política.