O horário eleitoral gratuito no rádio e TV é muito importante para a democracia brasileira. São nestes 45 dias que a grande maioria da população confirma suas tendências iniciais a respeito de sua intenção de voto nas eleições majoritárias: presidente, governador e senador.
O embate: neste momento o marketing mentiroso é dissolvido, pois só se sustentam as informações fundadas em dados reais e perceptíveis, ou seja, é o embate entre os contendores que clareia a visão do eleitorado em uma eleição majoritária.
Mas também é neste momento em que governos realizadores, mas sem uma política de comunicação competente, podem a vir a se redimir com informações fundadas em realizações concretas que farão com que o eleitorado mude a sua percepção inicial sobre o governo. Grande parte das rejeições de governantes fundam-se em desinformação ou informação incompleta que chegam ao desatento eleitor no cotidiano de um quadriênio.
Por outro lado, as eleições para os cargos proporcionais: deputados federais e estaduais possuem outras dimensões no horário eleitoral gratuito. São milhares de candidatos desfilando entre 10 e 20 segundos na TV e rádio. O eleitorado não consegue discernir suas histórias passadas e seus projetos presentes e futuros, enfim, os custos informacionais são altos e o nosso sistema eleitoral e partidário não ajuda neste sentido.
Parlamentos e deputados tem a pior das imagens construídos no cotidiano por uma jornalismo que tem na espetacularização das informações a alma para ganhar audiência. A exceção se torna a regra e uma minoria de "deputados escândalos" acabam por construir a imagem global de nosso congresso é a chamada falácia ecológica, ou seja, se uma dúzia de deputados são corruptos, então todo o parlamento é corrupto.
Então o horário na TV e rádio pouco acrescenta em matéria de conquista de votos em eleições proporcionais, o máximo que o candidato proporcional conquista de positivo é a notoriedade, jamais o voto. O voto se conquista, nesta circunstância, através do corpo a corpo.