Referência estadual na área de Oftalmologia, o Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS) passará a realizar transplantes de córnea no segundo semestre deste ano. Atualmente, mais de 600 pacientes aguardam na fila para realizar o procedimento. A espera que no Pará, em média, era de três a quatro anos, deverá desaparecer até o final de 2013, graças à expansão do sistema de transplantes do Estado e à adesão do HUBFS ao sistema.
Em reunião com o reitor da UFPA, Carlos Maneschy, nesta quarta-feira, 22, representantes das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde celebraram o que nomearam como a “correção de uma distorção histórica”. “O Hospital Bettina, como centro de excelência em Oftalmologia apenas não fazia o transplante, que, por sua vez, precisava ser feito em locais que não tinham a mesma infraestrutura na área. Agora, nossos pacientes poderão realizar todo o tratamento e o acompanhamento pós-transplante no mesmo lugar onde serão transplantados”, refletiu André Rodrigues, coordenador estadual de Transplantes da Secretaria Estadual de Saúde (Sespa).
“Nosso objetivo é reduzir pela metade a fila de espera até o final de 2011 e, até 2013, no máximo, alcançar o status de fila zero para transplante de córnea no Estado”, revelou o coordenador. O Pará é referência regional na realização de transplantes e, na Região Norte, são realizados 2% dos transplantes no Brasil, mas eles ainda são praticamente restritos a transplantes de córnea e rim.
Atualmente, na rede pública paraense, apenas o Hospital Ofir Loyola realizava transplantes de córnea. O Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza aguarda a publicação do edital de credenciamento do Ministério da Saúde no Diário Oficial da União para iniciar os trabalhos na área. O primeiro transplante de córnea a ser realizado no HUBFS, deve acontecer em agosto e será o primeiro transplante realizado por um Hospital Universitário na Amazônia. “Já estamos com tudo pronto. Nossa equipe já foi capacitada e os equipamentos já estão chegando”, conta Paulo Amorim, diretor do Hospital Bettina.
“Este é um momento histórico que marca a atuação da UFPA, por meio dos seus Hospitais Universitários, no Pará. Este tipo de transplante é o primeiro e, certamente, há a possibilidade de expandir nossa atuação em outras áreas médicas, devido a nossa qualidade de profissionais e o próprio legado histórico”, definiu o reitor Carlos Maneschy.