Após a copa do mundo e as férias de julho o eleitorado deve voltar-se para o processo eleitoral. Naturalmente que a partir de 17 de agosto, quando começa a campanha na TV e rádio é que a grande massa do eleitorado começará, de fato, a decidir seu voto para governador e presidente.
As eleições proporcionais (deputados) continuará expressando um momento irresponsável do eleitor. Seguramente 70% deste voto é dado de qualquer jeito, para estes eleitores o voto é um momento de troca particularista: por emprego, por aterro, por asfalto ou por dinheiro ou dado para um conhecido ou para um membro da família, sem um "olhar" crítico em torno do candidato e do partido.
No fundo desta questão está o modelo institucional do sistema eleitoral e partidário brasileiro, baseado no multipartidarismo e no voto proporcional em lista aberta que induz o voto personalizado. É impossível a massa do eleitorado escolher coerentemente entre mais de 500 candidatos a deputados estaduais em cada estado, ou entre mais de 200 candidatos a deputado federal.
Não basta apelar para que cada eleitor estude a história anterior de cada candidato e ou de seu candidato e o programa de seu partido. Concomitantemente a este apelo "idealista" é necessário uma reforma política que dê mais racionalidade ao sistema eleitoral e partidário, onde seja combinado: financiamento público das campanhas eleitorais, voto em lista fechada e flexível, e formação das listas partidárias através de eleições primárias internas a cada partido para impedir a oligarquização destas listas.