UFPA: Museologia expulsará Música do Guamá.

Anõnimo denuncia- digo- Baleixe disse:

A Licenciatura em Música da Universidade Federal do Pará, a contragosto, está prestes a ter outro endereço que não o Campus Universitário do Guamá. Ora ocupando a ala oeste do prédio do Ateliê de Arte, o curso superior de Música é o resultado do UPGRADE dado à Licenciatura em Educação Artística — Habilitação em Música.
Um curso superior que este ano atingiu sua maioridade (é de 1991), talvez a “melhor justificativa” à “expulsão de casa”, já que possui tempo suficiente para “andar com as próprias pernas”.A construção do prédio do Ateliê de Arte foi uma conquista do Centro de Letras e Artes que encontrou apoio político-administrativo na gestão Marcos Ximenes/Zélia Amador, reitor e vice, no período compreendido entre julhos de 1993 e 1997.
Ateliê de Arte; assinado pelo prefeito do Campus do Guamá, João de Castro Filho, à época do mandato de Nilson Pinto na reitoria da UFPA (1989/1993); que em primeiro instante só contaria com a ala leste (projetada para Artes Plásticas), teve os aditivos suficientes à sua conclusão porque a Música carecia urgentemente de espaço adequado — essa identidade técnica foi dada ao interior do edifício pelo arquiteto e professor Jorge Leal Eiró da Silva, no segundo semestre de 1995, tarefa específica outorgada em portaria da diretora do Centro de Letras e Artes, professora Thelma de Carvalho Lobo, com plena aquiescência do autor no período dos acabamentos da obra.
Eiró, a partir de exigências docentes, discentes e de funcionários, planejou a subdivisão do segundo pavimento da Música, em "cubículos" denominados MASTER CLASSES — a metodologia das adaptações foi pautada nas deliberações das três categorias em assembléias gerais, inclusive o espaço administrativo para abrigar dois colegiados e pretensos dois departamentos didáticos-científicos, mais a administração do prédio.
O Ateliê de Arte foi inaugurado em 1997 sem a central de ar que propiciaria o pleno funcionamento dos MASTER CLASSES — idéia onerosa posteriormente abandonada pelo advento da tecnologia SPLIT e fator único da ocupação retardada daquele espaço pelo pessoal da Música. Esse lugar, remodelado, passou a abrigar experimentações da dinâmica da linguagem musical.As duas habilitações da hoje sepultada Educação Artística mantiveram-se antes de 1997 graças ao empréstimo de salas de aula: da Educação na Habilitação em Artes Plásticas e da Comunicação na Habilitação em Música.Ou seja: o Ateliê de Arte pertence tanto à Música quanto às Artes Visuais — UPGRADE da Habilitação em Artes Plásticas.
O curso de MUSEOLOGIA, recentemente implantado (mas não implementado) na UFPA com recursos do Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais — REUNI —, parece ser o pivô do sobressalto dos professores, alunos e funcionários da Graduação em Música.A criação do Instituto de Ciências da Arte — ICA — aglutinou três linguagens artísticas: Artes Visuais, Música e Teatro/Dança.Música e Teatro/Dança têm escolas técnicas e nível superior em convívio o que não lhes permite, por dispositivo regimental, a nomenclatura de FACULDADES, mas o genérico termo ESCOLAS.Teatro/Dança figurados como Escola de Teatro e Dança da UFPA — ETDUFPA — construíram passo a passo uma relação harmoniosa na gestação desse escalonamento e bem habitam o complexo da antiga Delegacia Regional do MEC.
Já a Música tem nessa diferença um hiato: o técnico é dissonante do superior e vice-versa. O público da EMUFPA (criada em 1963), à semelhança de um tradicional conservatório, prefere um ponto cental de Belém (hoje localizado em uma casa na Conselheiro Furtado): eqüidistante da sua escola regular e residência. O Nível Superior de Música tem no Campus do Guamá a primazia da vocação das graduações e/ou pós-graduações: entrelaçar os distintos conhecimentos que o habitam. O casamente arranjado entre as "MÚSICAS" da UFPA foi um negócio que não deu certo!A Museologia é o caçula botando a irmã do meio "no canto", ou: no olho da rua, porque ela se entregou a pessoa errada e é mal falada. CADÊ A MAMÃE?